sexta-feira, 28 de março de 2003

falam demais em não aceitar o que lhe impõem na tv, nos livros.
mas falam pouco do limite imposto pelas palavras.
porque que a quantidade de palavras tem que ser a quantidade de coisas que existem se cada dia descobrimos mais "viroses", mais cores, e os seres humanos são diferentes?
a falha não esta só em expressar os sentimentos, e sim em como esses sentimentos se chamam.
na verdade só nomeamos (e mal) os sentimentos que a consciência "percebe". se vc chora, vc "percebe" que está triste (isso eh único do ser humano) ai nomeamos tristeza. mas e o sentimento antes disso e de transição? não ha nome para eles. então não existem certo?
errado! os sentimentos que nomeamos são as emoções. os sentimentos em si, são milhões, trilhões, infinitos.
outro exemplo eh que existem muitos tipos de depressão, mas a depressão são muitos sentimentos, sensações. e se existem muitas depressões, pq não temos nomes para (todas) as sensações q as compõem?
ta certo, o português eh uma língua muito rica. mas não se engane. crie frases para as entrelinhas das frases, misture cores já misturadas com as puras, invente um prato, uma pontuação, uma palavra pra uma sensação nova. não imponha limites pra si nesse sentido.
eu já me sinto presa com as imposições dadas pela sociedade, pelo modo de vestir de falar, de andar, de sorrir, de gostar.... quanto ao limite de escrever, eh aqui que eu me liberto.
nem sempre precisamos de outras línguas para expressar o que sentimos, as vezes somente a
(mu)dança nas palavras nos faz conceber tais conceitos.

Ju recomenda o livro que esta lendo: O mistério da consciência, de António Damásio.

Nenhum comentário: