segunda-feira, 14 de abril de 2003

acho que todo mundo tem uma roupa daquelas que, quando voce está apressado ou nao está afim de procurar uma roupa que fique bem naquele dia, sabe que fica bem e nao precisa nem se olhar no espelho. dessas que se pode confiar a qualquer instante e nem eh muito arrumado nem muito bagunçado. e isso lhe da uma certa segurança.
algumas pessoas sao assim. sempre que vc as encontra, vc sabe que vao lhe receber de forma calorosa e ao mesmo tempo pacifica. dando "certo" mas sem muitas surpresas.
ai acontece milhoes de imprevistos hj em dia.
e eu acho que preciso de varias coisas desse genero "homogeneo".
um cao por exemplo tem o comportamento bem linear (mesmo que esta linha esteja la em cima no ranking de alegria). ele te recebe da mesma forma sempre.nao importa como está o seu humor. ele estará sempre alegre.
as pessoas assim sao muito necessarias. apesar de todo mundo ter seus dias de furia, de raiva dor tristeza, há aquelas que vc sabe: vao lhe tratar bem.
algumas estao sempre prontas para escutar ate se for a mais idiota crise existencial depois de ver um desenho animado chileno. elas estao lá. pra escutar vc.
sempre que vc liga ele esta pronto pra ouvir, mesmo que muitas coisas para fazer apareçam. esta pronto pra ir mesmo que a voltinha seja esperar 2 horas em uma fila. mesmo que o programa seja estudar a teoria do caos que rege a sociedade bagunceira e as teias de aranha no armario. ele tenta entender.
nesses dias tao conturbados, nao sei se sou só eu, mas.
eu preciso de alguem meio assim. assim como o cd que vc sabe que vai gostar porque a surpresa, antes que o leitor diga que nao a tenho nesses momentos, a surpresa eh justamente colocar o cd que já surpreende. já esta implícito.
eh amar alguém que ame você.
amar alguem surpreendente, com algumas certezas dessas. ai as "novidades" e desafios" e "surpresas" sao algo muito melhores do que as superficiais.
porque as vezes, pq vc nao olhou no espelho, a roupa pode estar rasgada e vc nem notou. ela pode estar velha, mas ainda assim continua bem. Por memória do inconsciente ou simplesmente pq nós somos o que pensamos, ou o que (“fingimos”) ser

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